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  • Foto do escritorKAREN BRITTO

Estenose de carótidas

Atualizado: há 7 dias

O que significa esse termo tão complicado que não deu pra entender nada? Alguma vez você já ouviu alguém dizer que tem um "vaso entupido no pescoço'’?



Pois é! Hoje vamos falar sobre a obstrução de uma das principais artérias que leva o sangue para o cérebro.

Primeiramente vou mostrar quem são as famosas artérias carótidas:

Elas são artérias que levam o sangue do nosso coração direto para a nossa cabeça. Então, já podemos concluir que alguma obstrução a esse fluxo pode trazer consequências. Essa obstrução pode acontecer por diversos motivos, porém, o mais comum é por doença aterosclerótica; as famosas placas de gordura, que chamamos de estenose das carótidas.

Se agora já sabemos que essas importantes artérias levam sangue para o nosso cérebro e que elas podem entupir, então podemos concluir que nosso cérebro pode ficar sem o suprimento adequado de sangue por causa dessa obstrução, passando por vários sintomas e até doenças, podendo chegar até o tão temido acidente vascular encefálico isquêmico - AVCi. E ele pode acontecer de várias formas, tanto por uma oclusão naquele local em que se encontra a placa, quanto por pedacinhos dela que podem se desprender, viajar pela nossa circulação cerebral e parar em alguma outra artéria lá na cabeça, também levando a um AVCi.

Aí agora bateu aquele medo, do tipo: "eu preciso ir correndo examinar essas minhas artérias, pois não quero ter um AVCi?""


Calma! Não é todo mundo que precisa ir examinar as carótidas. Existem fatores de risco que indicam que esses pacientes precisam ter alguma avaliação dessas artérias e realizar um acompanhamento com o cirurgião vascular. Dentre eles, os principais são:

  • Pressão arterial elevada (hipertensão - principalmente se não ou mal controlada);

  • Tabagismo;

  • Diabetes;

  • Níveis elevados de colesterol;

  • Obesidade;

  • Idade (quanto mais vamos envelhecendo, maiores as chances de irmos acumulando placas de gorduras nas artérias).

Existem outros fatores que favorecem, mas estes são os principais e que todos devemos reconhecer rapidamente e entender que é válido ter um acompanhamento.


Agora que já sabemos os fatores de risco e como já me encontrei com alguém que precisa fazer um acompanhamento com o cirurgião vascular, o que vai acontecer? O primeiro passo é a ida ao consultório. Lá será realizada a consulta com uma entrevista minuciosa, principalmente para entender se o paciente já apresenta algum sinal ou sintoma que possa identificar que essa obstrução está trazendo repercussão - ressaltando que a maior parte das estenoses das carótidas são assintomáticas e nunca trarão alguma consequência, por isso a grande importância da consulta.


Após essa conversa, muito provavelmente, se você apresenta fatores de risco, o cirurgião vascular solicitará um USG doppler das carótidas, pois através dele, que é um exame não invasivo, já podemos entender se apresentamos placas de gordura nas carótidas - sendo que se elas existirem, se trazem riscos ao paciente, seja causando estenose ou mesmo se essa placa tem risco de soltar pedacinhos que possam colocar o paciente em risco.


Ah, mas todo mundo que tem uma placa nas carótidas precisa fazer tratamento? Sim, mas tratar não significa cirurgia. Tratamento significa medidas que favoreçam que essa placa fique quietinha e tentar que ela não continue crescendo. Ou seja, inclui controlar as medidas que sejam fatores de risco para o surgimento da placa, como: controle da pressão arterial, controle do diabetes, controle do peso, práticas de atividade física, cessar o tabagismo… dentre tantas outras que promovam saúde. Podemos usar também medicação, que será individualizada a cada caso, conforme avaliação na consulta


"Então, ufa! Tudo se resolve com remédio e medidas de estilo de vida." Bem... não é bem assim! Teremos um pequeno, pequeno mesmo, número de pacientes que podem precisar de intervenção cirúrgica - que pode ser por cirurgia aberta, chamada de "endarterectomia de carótidas" (que consiste em retirar manualmente a placa de gordura); ou também pode se dar através de tratamento endovascular, onde utilizamos um stent para reabrir o local de obstrução e proteger a placa de mandar um pedaço dela pela circulação. Aqui um exemplo de tratamento endovascular de uma estenose carotídea:


O tratamento cirúrgico tem riscos, assim como todo tratamento, por isso é sempre importante determinar que os riscos serão menores que os benefícios na realização deste – assim, é fundamental o acompanhamento com um cirurgião vascular, que conseguirá determinar com clareza esses riscos e benefícios.


Então terminamos esse bate papo de hoje com o entendimento que: se eu tenho esses fatores de riscos, é importante uma consulta com seu cirurgião vascular. E não menos importante: se eu não tenho fatores de risco, o melhor é não passar a ter - então PREVENÇÃO através de hábitos de vida saudáveis é fundamental.


Até logo! E, qualquer dúvida, já sabe: pode me mandar mensagem ou agendar sua consulta para conversarmos um pouco.

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